Falando sobre Brusque em SC e as chuvas torenciais

E BRUSQUE? Olhem a justificativa por Brusque nao ter sofrido com enchente:

Na tragédia de Santa Catarina, se aponta como responsável o
aquecimento global. Acontece que, em número de mortos, essa não foi a
maior tragédia. Em mil 1974, quando não se falava em aquecimento
global, uma enchente no vale do Rio Tubarão fez 199 mortos, sem contar
desaparecidos.

Logo depois, a engenharia da Universidade do Sul de Santa Catarina fez
um levantamento geológico da região para buscar causas para o tamanho
da tragédia. Constatou que o solo é todo de aluvião. São camadas
sucessivas de aluvião até 42 metros de profundidade, separadas a cada
dois ou três metros por camadas que já foram superfície há milhões de
anos.

O solo de aluvião, que fica em baixios e encostas de morros, é
instável e permeável, formado por areia, lama e cascalho. Quando
encharcado, movimenta-se com a água. O assoreamento do Porto de Itajaí
é prova disso. O calado, de 12 metros, foi reduzido a cinco metros
pelo aluvião trazido pelas águas.

Saber disso seria essencial para prevenir. Quem sabe, pode fazer. E
quem fez? Alguém ouviu falar em tragédia em Brusque? Pois Brusque fica
no mesmo Vale do Itajaí, vizinho de Itajaí e de Gaspar; o Rio
Itajaí-Mirim atravessa a cidade. Em 1984, uma grande enchente engoliu
o centro da cidade.

O prefeito seguinte, o técnico têxtil Ciro Marcial Roza, chamou a
engenharia, que fez um canal extravasor, para receber o excedente das
águas do rio. A obra foi criticada como desnecessária e apenas bonita.
Pois agora a única vítima de Brusque, cidade com quase 90 mil
habitantes, estava consertando o telhado, no início das chuvas, quando
caiu.

As conseqüências da enchente ficaram muito abaixo das de 1984. Quantas
vidas foram poupadas pela obra preventiva de quase 20 anos atrás? O
prefeito foi eleito mais duas vezes e vai sair agora. Isso mostra que
a culpa não é só do clima, mas do amadorismo e que é preciso chamar os
profissionais.


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