DICAS - Saiba como evitar o contágio da dengue

Infectologista diz que população deve usar repelentes e mosquiteiros.
Doença requer hidratação constante e bom senso no uso do paracetamol.

Alba Valéria Mendonça 
 
Todo o cuidado é pouco. Para evitar se transformar em mais uma vítima do mosquito Aedes aegypti, principalmente no Rio de Janeiro, a infectologista Patrícia Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta: aos primeiros sintomas, procure um médico o mais rapidamente possível. E informa que as pessoas devem estar atentas com pequenos cuidados para evitar a doença.

Os chamados sintomas de alarme são:

dores abdominais,

vômitos freqüentes,

tonteira,

falta de ar,

sonolência,

febre alta e sangramento.

Segundo a médica, qualquer sangramento é preocupante, mas pouca gente se dá conta que fezes pretas são um sinal de sangramento do aparelho digestivo.

"Há casos de crianças que também apresentam diarréia. Portanto, ao primeiro sinal é preciso procurar um médico. O diagnóstico precoce é fundamental. A dengue, normalmente, é de evolução rápida e benigna, mas em crianças, desta vez, ela tem se mostrado especialmente cruel, levando à morte", enfatiza Patrícia, lembrando que a cartilha desenvolvida pelo Ministério da Saúde traz informações detalhadas sobre a dengue.

É fundamental, segundo a médica, fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – quanto o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue. A infectologista afirma que contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas muito abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.

"O exame de sangue sozinho não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente e ver se ele precisa ou não de internação. Em qualquer dos casos, o tratamento deve começar imediatamente", destaca Patrícia.

Período crítico

Patrícia observa que o período crítico da doença é justamente 48 horas após o fim da febre, quando a pessoa tem uma melhora física, pensa que está curada. Mas pode apresentar queda brusca de pressão, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo. Mas o número de plaquetas ainda continua baixo e por isso, é preciso continuar o tratamento.
"O monitoramento clínico e laboratorial tem de ser constante, principalmente 72 horas após o período de febre. A complicação maior acontece no quinto dia da doença. O paciente tem de fazer pelo menos três exames de sangue, no início da dengue, depois da febre e uma terceira vez para ver se as plaquetas já voltaram ao normal".

Remédio é hidratação

Entende-se por tratamento a hidratação do paciente. Patrícia explica que a dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco, água de coco e isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas e gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.

A médica também alerta para o uso abusivo do paracetamol para baixar a febre. O paciente deve ingerir um comprimido de 500 mg, num intervalo de seis em seis horas, para evitar complicações gástricas e renais.

Repelentes e mosquiteiros

A dengue, como ressalta a médica, não escolhe vítima. Mas nesta epidemia, a doença tem se mostrado mais cruel com crianças e idosos. Por isso, repelentes, mosquiteiros sobre as camas e roupas mais fechadas são recomendadas a todos. Mas é preciso estar atento:

"Os repelentes que existem no Brasil duram no máximo três horas, por isso, é preciso repassá-lo no corpo sempre que possível. Já há suspeitas que os mosquitos, que tinham hábitos diurnos, também estão atacando à noite, é bom usar mosquiteiros sobre as camas. Quanto menos áreas do corpo estiverem expostas, mais a pessoa estará protegida", disse Patrícia.

0 comentários:

Related Posts with Thumbnails