1. Caymmi, o compositor das canções necessárias
Infelizmente, a cobertura das Olimpíadas de Pequim fez com que a morte de Dorival Caymmi, no sábado, aos 94 anos, não rendesse tantas homenagens na mídia. Mas vale destacar algumas. Na Folha (para assinantes), o ensaísta Francisco Bosco diz que o baiano foi o "mestre maior das canções necessárias". Dorival Caymmi às vezes levava anos para terminar uma canção, diz Bosco, mas, quando fazia, era para se tornar um sucesso da MPB. No site de ÉPOCA, Luís Antônio Giron até brinca com a "economia" criativa desse gênio da MPB: "São oito dezenas de canções, muito pouco... sempre é muito pouco, mas talvez Caymmi tenha sido econômico em demasia. A gente queria mais."
Educação
2. Cresce número de alunos pobres na universidade
A informação está na manchete da Folha (para assinantes). A presença de alunos com renda familiar mensal de até três salários mínimos no ensino superior cresceu 49% entre 2004 e 2006, segundo levantamento do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. A participação desse grupo de estudantes na universidade passou de 10,1% para 15,1%. Esse crescimento se deu principalmente por causa do ProUni, o programa do governo federal que dá bolsas para universitários de baixa renda. Sempre é uma boa notícia mais gente no ensino superior, mas o desafio continua sendo dar uma formação de qualidade a esse contingente.
3. Distrito Federal terá cadastro de alunos indisciplinados
O governo do Distrito Federal decidiu tomar uma medida radical para conter os casos de violência dentro das escolas da rede pública. Será feito um cadastro dos alunos que se envolverem em atos de indisciplina, não importando a gravidade. Um passo posterior seria o cruzamento dessa "ficha suja" estudantil com os dados de ocorrências policiais, como relata o Correio Braziliense. O governador José Roberto Arruda garante que as informações não serão usadas para constranger ou até incriminar algum aluno, mas sim para se fazer um planejamento de reforço policial nas escolas consideradas mais problemáticas, principalmente onde existem gangues ligadas ao tráfico de drogas. É claro que a proposta já causou chiadeira. O promotor da Infância e Juventude Renato Varalda disse que o banco de dados infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente e pode estigmatizar os alunos.
Ambiente
4. Na Amazônia, o inimigo mora dentro do governo
O Jornal do Brasil traz uma reportagem sobre como o Ministério do Meio Ambiente não tem de lutar apenas contra os fazendeiros e grileiros no combate ao desmatamento. Há um inimigo também dentro do próprio governo. Assentamentos criados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aparecem quatro vezes entre os 25 maiores desmatadores da Amazônia Legal em 2007. Somando multas recebidas (R$ 176 milhões) e hectares devastados (151 mil), o Incra se torna o campeão do desmatamento no ano passado. O órgão federal alega que essas áreas foram desmatadas para assentamentos há muitos anos e só foram contabilizadas agora, como se isso diminuísse o problema. Aí fica difícil...
5. Berço do Fome Zero, Guaribas segue na miséria
O Valor Econômico (para assinantes) teve a oportuna idéia de visitar a pequena Guaribas, no Piauí, cinco anos e meio depois de ter sido escolhida como vitrine do então recém-lançado Fome Zero. A lógica do programa de fazer um trabalho emergencial (alimentar a população) para que depois a cidade se desenvolvesse pelas próprias pernas fracassou. Passada a empolgação inicial, Guaribas não avançou nada. A agricultura e o comércio são insignificantes e quase a totalidade das famílias continua dependendo do Bolsa-Família, num ciclo que dificilmente vai se encerrar a curto prazo. Um retrato bem brasileiro.
Crime
6. O caso do diplomata do Vietnã no Rio
O seqüestro do conselheiro da Embaixada do Vietnã no Brasil, Vu Nam, e de outros três turistas chineses neste fim de semana escancara mais uma vez o crônico problema de segurança pública no Rio de Janeiro. Como relata o Globo, Nam e os demais reféns escaparam do cativeiro a pé, correndo o enorme risco de serem perseguidos pelos bandidos. A Secretaria de Segurança Pública considerou o episódio "muito grave". E a gravidade se potencializa para uma cidade que é vista como cartão-postal do Brasil e sonha em ser sede de uma Olimpíada. Como "vender" a imagem de um lugar em que um diplomata estrangeiro corre o risco de ficar mais de 24 horas trancafiado num barraco? O pior é saber que casos como esse podem não ser exceção...
Economia
7. A mão dos especuladores na alta do petróleo
O peso da especulação nas cotações internacionais do petróleo pode ser maior do que se imaginava. O The Wall Street Journal (íntegra para cadastrados) mostra que a participação de especuladores nas ações de petróleo bruto na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) subiu de 38% para 49%, reacendendo a discussão sobre a restrição a esses investidores nesse tipo de operação financeira. Há também muitas críticas em relação à Comissão de Negociação de Futuros de Commodities, responsável por supervisionar a movimentação de ações no mercado do petróleo.
Mundo
8. Paquistão: Musharraf não resiste à pressão e renuncia
Concretizada nesta segunda-feira, a renúncia do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, era mais que esperada. A pressão da coalizão de partidos oposicionistas era muito forte e ele não tinha mais apoio do parlamento. Agora é saber como este país ameaçado constantemente pela presença de grupos terroristas vai reagir à transição política. O The New York Times diz que a saída de Musharraf, sempre um aliado dos Estados Unidos, causa "uma intensa preocupação em Washington", que teme o recrudescimento do terrorismo caso "a frágil coalizão rache na disputa pelo poder".
9. Rússia diz que tropas saem hoje da Geórgia. Alguém acredita?
A lógica do "engana que eu gosto" vem se repetindo quase diariamente no desenrolar do conflito entre Rússia e Geórgia. O Exército russo garante que já começou a retirada de suas tropas do território georgiano, aparentemente cedendo à pressão dos EUA e da União Européia a favor da soberania da Geórgia. Mas, como relata o britânico The Guardian, "as forças russas em torno da cidade de Gori não deram nenhum sinal de movimentação e parecem até mesmo reforçar suas posições". É esperar para ver se não é mais um jogo de cena russo, acompanhado de uma suposta indignação do Ocidente.
10. Evo Morales volta a se indispor com o estado de Santa Cruz
Está se tornando cada vez mais insustentável a relação entre o presidente boliviano, Evo Morales, e o departamento (estado) de Santa Cruz, o mais rico do país, que busca de todas as formas sua autonomia em relação a La Paz. A BBC Brasil informa que o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, vai recusar a nomeação, por Evo, do novo comandante da polícia local – o chefe anterior renunciou ao cargo ontem, após um violento confronto com oposicionistas do presidente.
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As dez mais de 18 de agosto
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